

Ex-PM condenado: 5 anos por vender dados ao PCC
Thiago de Souza Martins repassava informações do sistema policial para advogada da facção
O ex-sargento Thiago de Souza Martins foi condenado a cinco anos e cinco meses de prisão por vender dados sigilosos do sistema policial para Paula Tatiane Monezzi, advogada ligada ao PCC1.
Esquema de corrupção rendeu R$ 3 mil por informação
Martins recebia pagamentos para acessar o SIGO (Serviço Integrado de Gestão Operacional) e repassar informações sobre operações policiais e presos. Em fevereiro de 2022, ele recebeu R$ 3 mil por dados sobre a apreensão de uma tonelada de maconha em Nova Alvorada do Sul.
A advogada Paula Tatiane Monezzi, conhecida como “gravata do PCC”, usava conta de terceiros para fazer as transferências. O ex-sargento forneceu detalhes sobre o preso Jaderson Max Teixeira Brandão, comparsa do traficante Rafael da Silva Lemos, chamado de “Gazela”.
Além disso, Martins atuava como captador de clientes para a advogada, aproveitando sua posição como chefe da escolta judiciária de presos. Consequentemente, tinha acesso privilegiado a informações sobre detentos do sistema prisional.
Sistema SIGO violado para favorecer facção
O SIGO é uma plataforma restrita às forças de segurança de Mato Grosso do Sul, contendo dados operacionais sensíveis. Martins violava o sigilo funcional para fins privados, prejudicando investigações em andamento.
“O denunciado realizava pesquisas em bancos de dados de uso restrito e as repassava à ‘gravata do PCC’, violando o sigilo funcional”, afirma denúncia do Gaeco. O objetivo era “contingenciar os danos” de operações policiais contra a facção.
Portanto, as informações permitiam que criminosos se antecipasse às ações policiais. O esquema comprometia a eficácia das investigações e colocava em risco a segurança pública.
Histórico criminal extenso do ex-sargento
Martins já havia sido expulso da Polícia Militar em agosto de 2022 por envolvimento com contrabando. Sua ficha criminal inclui múltiplas infrações disciplinares e crimes contra a administração pública.
O caso veio à tona durante as operações “Sintonia dos Gravatas” e “Courrier”, que investigaram a infiltração do PCC no sistema de Justiça. Essas ações revelaram uma rede de informantes dentro das forças de segurança.
Ademais, o ex-militar mantinha relacionamento próximo com integrantes da facção criminosa. Sua condenação por corrupção passiva e violação de sigilo funcional confirma a gravidade das condutas praticadas.
Operações revelaram rede de informantes
As investigações do Gaeco identificaram outros casos similares envolvendo servidores públicos e o PCC. Em São Paulo, um funcionário do Ministério Público foi preso por vazar dados processuais para a facção2.
No Rio de Janeiro, um ex-policial do Bope cobrava R$ 1,5 mil por hora para treinar traficantes do Comando Vermelho3. Esses casos demonstram a infiltração do crime organizado nas instituições de segurança.
Contudo, as operações policiais têm desarticulado essas redes de corrupção. A condenação de Martins representa um marco no combate à infiltração criminosa nas forças de segurança de Mato Grosso do Sul.
Última atualização: 5 de junho de 2025
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