

Zambelli gastou R$ 3,8 mil da verba parlamentar em Bonito
Deputada procurada pela Interpol usou cota para turismo com marido em MS
Carla Zambelli (PL-SP), procurada pela Interpol após fuga para a Itália, usou R$ 3,8 mil da verba parlamentar para custear viagem turística a Bonito em 2024, violando normas da Câmara.
R$ 3,8 mil bancaram turismo com o marido
A deputada fez passeio turístico com trilha, mergulho e visitou centro de recuperação de animais na semana de seu aniversário. O casal utilizou recursos públicos destinados exclusivamente a compromissos oficiais para atividades de lazer.
Zambelli confirmou a viagem, mas alegou participação em “evento político-partidário” em sítio do interior sul-mato-grossense. Contudo, ela não fez registro público sobre esse suposto evento em suas redes sociais.
Além disso, a parlamentar afirmou ter recebido delegação da Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial, controversa igreja cristã da Coreia do Sul. A justificativa não convenceu especialistas em direito parlamentar.
Violação clara das normas da Câmara
O uso da cota parlamentar para fins pessoais ou turísticos é vedado pelas normas da Câmara dos Deputados. A verba deve servir exclusivamente para compromissos oficiais relacionados ao exercício do mandato.
Apesar de recorrente entre parlamentares, essa prática constitui irregularidade grave. Consequentemente, pode resultar em devolução dos valores e sanções administrativas.
Portanto, o caso de Zambelli exemplifica uso inadequado de recursos públicos. A revelação surge em momento crítico, com a deputada foragida da Justiça brasileira.
Contexto da fuga e prisão preventiva
Alexandre de Moraes decretou prisão preventiva de Zambelli e solicitou inclusão na lista vermelha da Interpol. A deputada foi condenada a dez anos de prisão por invasão ao sistema do CNJ.
O STF também tem maioria de votos contra ela por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. O caso envolve perseguição armada a um homem em São Paulo durante as eleições de 2022.
Ademais, Zambelli anunciou saída do país antes da prisão ser decretada. Sua fuga para a Itália, onde possui dupla cidadania, gerou crise diplomática entre os países.
Padrão nacional de irregularidades em verbas
A Polícia Federal tem mais de 40 inquéritos abertos para investigar desvios de emendas parlamentares. O Ministério Público Federal também monitora aplicação de “emendas Pix” em Mato Grosso do Sul.
Em 2024, a Câmara pagou R$ 212 milhões em cotas parlamentares e barrou despesas irregulares de R$ 1 milhão. Casos incluem compra de vinho no Uruguai e outras despesas inadequadas.
Portanto, o episódio de Zambelli integra padrão mais amplo de má utilização de recursos públicos. A fiscalização tem se intensificado, mas irregularidades persistem no Congresso Nacional.
Última atualização: 5 de junho de 2025
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