Leilão Petróleo: Apenas 1 Bloco Arrematado Salva Pantanal

Leilão de petróleo da ANP tem baixa adesão: apenas 1 dos 21 blocos da Bacia de Parecis foi arrematado, poupando o Pantanal de riscos ambientais.

Leilão Petróleo: Apenas 1 Bloco Arrematado Salva Pantanal

Baixa adesão na Bacia de Parecis evita riscos ambientais em MT e MS

O leilão de petróleo da ANP resultou em apenas 34 blocos arrematados dos 172 ofertados, poupando o Pantanal de riscos ambientais na Bacia de Parecis.

A “desidratação” do certame foi considerada positiva pelo Instituto Internacional Arayara, que alertou sobre os perigos da exploração petrolífera em áreas sensíveis. Além disso, apenas um dos 21 blocos da Bacia de Parecis foi arrematado, reduzindo significativamente as ameaças ao bioma.

Números Revelam Desinteresse do Mercado

As nove empresas vencedoras desembolsaram R$ 989 milhões pelos direitos de exploração, com investimento mínimo previsto de R$ 1,4 bilhão. Contudo, o resultado representa apenas 20% dos blocos disponibilizados pela ANP.

A Petrobras concentrou seus esforços na Foz do Amazonas, conquistando 10 blocos na região. Por outro lado, a Bacia de Parecis atraiu interesse mínimo, com a empresa Dillianz pagando apenas R$ 55 mil pelo bloco PRC-T-121.

Consequentemente, 138 blocos não receberam propostas, demonstrando cautela do mercado diante dos riscos jurídicos e ambientais envolvidos.

Fracking Ameaça Agricultura e Biodiversidade

O diretor Juliano Bueno alertou sobre os perigos do fracking, técnica de perfuração que pode contaminar aquíferos e prejudicar a agricultura regional. Portanto, a baixa adesão na Bacia de Parecis protege tanto o Pantanal quanto o Cerrado de Mato Grosso.

A região abriga nascentes importantes e ecossistemas únicos que seriam impactados pela exploração petrolífera. Além disso, a atividade agrícola intensiva na área poderia sofrer consequências irreversíveis com a contaminação do solo e da água.

Bueno classificou o resultado como “vitória parcial”, destacando que 80,5% dos blocos litigados não foram arrematados devido às ações judiciais e mobilização ambiental.

Estratégia Jurídica Protege Áreas Sensíveis

O Ministério Público Federal questionou a realização do leilão sem estudos ambientais adequados, criando insegurança jurídica para os investidores. Consequentemente, muitas empresas optaram por não participar das disputas em áreas controversas.

A estratégia de incluir blocos polêmicos junto a áreas rentáveis foi criticada pelo geógrafo Wagner Ribeiro, da USP, como “sorrateira”. Contudo, o resultado demonstrou que o mercado permanece cauteloso com projetos de alto risco ambiental.

Para os ambientalistas, o baixo interesse representa uma oportunidade de repensar a matriz energética brasileira, priorizando fontes renováveis como solar e eólica.


Última atualização em 19 de junho de 2025

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