Lista suja inclui pecuaristas e exportador de limão para mercado europeu

A lista suja do trabalho escravo em MS registra 99 trabalhadores resgatados em 12 fazendas, incluindo pecuaristas e exportador de frutas para a Europa.

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou o cadastro com empregadores flagrados em condições análogas à escravidão. Além disso, os casos envolvem desde trabalho infantil até restrições de crédito bancário para as propriedades listadas.

Casos Mais Graves Incluem Trabalho Infantil

A Fazenda São Joaquim, em Angélica, lidera em número de resgates com 31 trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão. O empregador responsável é a empresa Kelis Bezerra da Silva Ltda, com capital social de R$ 80 mil.

Na Fazenda Marreta, em Dourados, sete pessoas foram resgatadas durante a colheita manual de milho. Contudo, o caso chocou por incluir uma criança de apenas 11 anos e um adolescente de 17 anos trabalhando sem equipamentos de proteção individual.

Consequentemente, a Fazenda Invernada do Piri mantinha um trabalhador vivendo em choupana e consumindo água barrenta de açude. Portanto, as condições demonstram a gravidade das violações encontradas pelos fiscais.

Exportador de Limão Mantinha 20 Trabalhadores

A Fazenda Pedra Negra, exportadora de limões para o mercado europeu, teve 20 trabalhadores resgatados, incluindo um adolescente. O caso ganhou destaque por envolver empresa com negócios internacionais mantendo condições degradantes.

Os trabalhadores viviam em alojamentos precários sem condições mínimas de dignidade. Além disso, não recebiam equipamentos de segurança adequados para as atividades desenvolvidas na propriedade1.

Por outro lado, a inclusão na lista suja impede acesso a crédito em bancos estatais, afetando diretamente os negócios da empresa.

Fazendeiro do Massacre de Caarapó na Lista

Virgilio Mettifogo, réu no episódio conhecido como “Massacre de Caarapó”, também figura na lista suja do trabalho escravo. O flagrante ocorreu em dezembro de 2023, quando o fazendeiro já respondia pelo ataque que causou morte de um indígena em 2016.

A Justiça Federal rejeitou denúncia do MPF para que Mettifogo e outros 13 produtores fossem a júri popular. Contudo, o caso está em fase de recurso no TRF3 desde março de 2025.

O trabalho análogo à escravidão foi registrado na Fazenda Marreta com resgate de sete pessoas, incluindo menores de idade.

Operações Continuam em 2025

Em 2025, já foram resgatadas 52 pessoas em condições análogas à escravidão em MS através de quatro ações fiscais. O número ainda está abaixo do recorde de 2024, quando 130 trabalhadores foram encontrados nessa situação.

A última operação ocorreu em junho, resgatando sete paraguaios, incluindo dois adolescentes, em fazenda de Itaquiraí. Portanto, as ações demonstram que o problema persiste no estado.

O MPT mantém canais de denúncia disponíveis pelo site, aplicativo MPT Pardal ou atendimento presencial. Consequentemente, qualquer cidadão pode reportar situações suspeitas de trabalho escravo.

Última atualização em 19 de junho de 2025