

Violência Campo Grande: Homicídios Dolosos Crescem 42%
MS registra 16º feminicídio em 2025 enquanto crime organizado avança na fronteira
A violência em Campo Grande apresenta escalada preocupante com homicídios dolosos crescendo 42% nos primeiros cinco meses de 2025, totalizando 71 vítimas contra 50 no mesmo período de 2024.
Os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública revelam cenário crítico para a segurança pública em Mato Grosso do Sul. Além disso, o estado registrou o 16º caso de feminicídio do ano, enquanto operações de combate ao crime organizado intensificam na fronteira.
Empresário Executado e Crimes de Grande Repercussão
Haroldo dos Santos Gil, empresário de 42 anos, foi executado a tiros no bairro Amambaí enquanto caminhava para casa no sábado (21). O crime segue padrão de execuções que marcam a violência urbana na capital sul-mato-grossense.
Dois homens em carro preto abordaram a vítima e dispararam 11 tiros calibre 9mm antes de fugir em alta velocidade. Consequentemente, o veículo utilizado no crime foi encontrado incendiado na sequência, evidenciando planejamento da ação.
Em Naviraí, Greison Fernandes Camargo, de 38 anos, foi assassinado durante festa de noivado da própria filha após discussão com convidado. Portanto, os crimes demonstram diversidade de contextos e motivações da violência no estado.
Feminicídio Atinge 16º Caso em 2025
Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas pelo companheiro de 31 anos em Maracaju, marcando o 16º feminicídio registrado em MS em 2025. A vítima foi encontrada pela filha no quarto da residência, coberta de sangue.
Vizinhos relataram gritos frequentes vindos da casa, mas não acionaram autoridades por considerarem as discussões rotineiras entre o casal. Além disso, Doralice nunca havia registrado boletim de ocorrência contra o agressor.
O Monitor da Violência Contra a Mulher aponta que 346 mulheres foram vítimas de feminicídio em MS entre 2015 e 2025, com média de 35 casos anuais. Contudo, 2025 já supera proporcionalmente os números anteriores com 14 casos nos primeiros seis meses.
Crime Organizado e Tráfico Intensificam Violência
Diversos homicídios em Campo Grande estão ligados ao tráfico de drogas e disputas territoriais entre facções. Maurício da Silva Romero, de 20 anos, confessou três assassinatos em 50 dias, todos motivados por desavenças no tráfico.
A Polícia Federal investiga infiltração do crime organizado no setor de combustíveis, com quatro postos em MS suspeitos de ligação com facções. Consequentemente, organizações como PCC e Comando Vermelho utilizam estes estabelecimentos para lavagem de dinheiro.
Na fronteira, operações apreenderam mais de 13 toneladas de maconha em ações coordenadas pelo Departamento de Operações de Fronteira. Portanto, a proximidade com Paraguai e Bolívia facilita entrada de drogas e armas no território nacional.
Resposta das Autoridades e Desafios
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) foi criada para unir polícias federal, civil, militar e penal no combate às facções. Além disso, a Polícia Penal integra a força-tarefa com conhecimento especializado sobre organizações criminosas.
Investimentos de R$ 9,3 milhões em viaturas novas para o Comando de Policiamento Metropolitano resultaram em redução de roubos e furtos nos primeiros meses de 2025. Contudo, os homicídios dolosos mantêm trajetória de crescimento preocupante.
O Atlas da Violência 2025 mostra que MS reduziu drasticamente erros nos registros de homicídios, passando de 90 para 18 casos de mortes violentas com causa indeterminada. Por outro lado, a violência contra jovens de 15 a 29 anos aumentou 17,1% em 2023.
Impacto Social e Perspectivas
A escalada da violência gera grave trauma familiar, com estimativa de que cada homicídio afeta de 3 a 6 familiares diretamente. Consequentemente, comunidades enfrentam sensação de insegurança, medo e desconfiança nas instituições públicas.
Campo Grande, que em 2021 foi considerada a cidade mais segura do Brasil pelo Ranking Connected Smart Cities, enfrenta deterioração dos índices de segurança. Portanto, autoridades precisam intensificar estratégias integradas de combate à criminalidade.
A proximidade com rotas do narcotráfico internacional e presença de facções nacionais exigem cooperação entre diferentes esferas de governo. Além disso, políticas sociais preventivas são fundamentais para reduzir vulnerabilidades que alimentam o ciclo da violência.
Gráficos sobre a Escalada da Violência em Mato Grosso do Sul
Com base nos dados apresentados na matéria sobre a violência em Mato Grosso do Sul, foram criados gráficos que demonstram visualmente a preocupante escalada da criminalidade no estado. Os números revelam um cenário alarmante que merece atenção das autoridades e da sociedade.
Comparativo 2024 vs 2025: Crescimento Acentuado da Violência
O primeiro gráfico apresenta a comparação direta entre os primeiros cinco meses de 2024 e 2025, evidenciando o aumento significativo dos crimes violentos. Campo Grande registrou crescimento de 42% nos homicídios dolosos, saltando de 50 para 71 casos no período analisado.

Escalada da violência em MS: homicídios dolosos crescem 42% em Campo Grande nos primeiros 5 meses de 2025
Os dados mostram que Mato Grosso do Sul como um todo apresentou crescimento de 21,7% nos homicídios dolosos, com 185 casos registrados em 2025 contra 152 em 2024. Paradoxalmente, os feminicídios apresentaram redução de 36,4% em números absolutos, passando de 11 para 7 casos, embora o estado já tenha registrado o 16º feminicídio do ano.
Os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) totais cresceram 10,2%, demonstrando que a violência letal mantém trajetória ascendente no estado. Esta categoria engloba homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e maus-tratos com resultado morte.
Evolução Histórica: Reversão de Tendência Positiva
O segundo gráfico ilustra a evolução das mortes violentas em Mato Grosso do Sul desde 2022, revelando uma tendência preocupante. Entre 2022 e 2024, o estado havia conseguido reduzir consistentemente o número de mortes violentas, passando de 603 para 492 casos.

Evolução das mortes violentas em MS: redução de 2022 a 2024, mas projeção 2025 indica reversão da tendência
A análise dos dados históricos revela que MS registrou redução de 30,8% nas mortes violentas nos últimos nove anos, chegando ao menor número desde 2015. Contudo, a projeção para 2025, baseada nos primeiros seis meses do ano, indica possível reversão desta tendência positiva.
Contexto e Fatores da Escalada
A proximidade com as fronteiras do Paraguai e Bolívia contribui para o cenário de violência, especialmente em cidades como Dourados, que registra 28,4 mortes violentas por 100 mil habitantes. O crime organizado atua através de seis facções no estado, sendo o PCC e Comando Vermelho as principais organizações.
Campo Grande, que em 2021 foi considerada a cidade mais segura do Brasil pelo Ranking Connected Smart Cities, enfrenta deterioração dos índices de segurança. A capital apresenta taxa de 19,8 mortes violentas por 100 mil habitantes, ocupando a 178ª posição no ranking nacional de municípios mais violentos.
Impacto dos Feminicídios
Apesar da redução numérica, MS mantém posição preocupante como segundo estado com maior taxa de feminicídios por 100 mil habitantes no país. Entre 2015 e 2025, foram registrados 346 feminicídios no estado, com média de 35 casos anuais.
Os dados revelam que 60% das vítimas de feminicídio têm idades entre 30 e 59 anos, e 27% são jovens entre 18 e 29 anos. A violência ocorre predominantemente nas residências das próprias vítimas, evidenciando o caráter doméstico destes crimes.
Resposta das Autoridades
O governo estadual criou a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) para enfrentar as facções criminosas. Investimentos de R$ 9,3 milhões em novas viaturas resultaram em redução de roubos e furtos, mas os homicídios dolosos mantêm crescimento.
As operações de combate ao tráfico intensificaram na fronteira, com apreensão de mais de 13 toneladas de maconha em ações coordenadas. O aumento de 42% na quantidade de drogas apreendidas, passando de 300 para mais de 400 toneladas, demonstra a magnitude do problema.
Os gráficos evidenciam que Mato Grosso do Sul enfrenta momento crítico na segurança pública, exigindo ações integradas e estratégias eficazes para reverter a escalada da violência que ameaça conquistas anteriores na redução da criminalidade.
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