

MS registra 8 estupros por dia e 17º feminicídio em 2025
Estado lidera ranking nacional de violência sexual contra menores e mulheres enfrentam casos brutais como morte a facão
Mato Grosso do Sul enfrenta uma crise de violência doméstica sem precedentes em 2025. O estado registra 8 estupros diários, sendo 75% das vítimas crianças e adolescentes. Além disso, já contabiliza 17 feminicídios no ano, incluindo o caso recente de Rose Antônia de Paula, morta a facão pelo companheiro em Costa Rica.
MS lidera estupros contra crianças no país
Os números da violência sexual em MS são alarmantes. Somente nos primeiros cinco meses de 2025, foram notificados 1.274 estupros no estado. Consequentemente, Mato Grosso do Sul ocupa o primeiro lugar no ranking nacional de estupros contra crianças e adolescentes, com taxa de 275,1 casos por 100 mil habitantes.
Do total de vítimas de 2020 a 2024, 2.398 eram menores de 19 anos, representando 75% dos casos. Além disso, meninas correspondem a 87,2% das vítimas infantojuvenis. Por outro lado, crianças de 0 a 11 anos formam o grupo mais vulnerável, com 442 casos registrados até junho.
Feminicídios aterrorizam mulheres no interior
O 17º feminicídio do ano aconteceu na última sexta-feira em Costa Rica. Rose Antônia de Paula, 41 anos, foi morta com golpe de facão no pescoço pelo companheiro Juliano Pinheiro de Oliveira, que permanece foragido. O casal tinha histórico de violência doméstica, segundo a polícia.
Contudo, este não é um caso isolado. Campo Grande registrou 9 feminicídios até novembro de 2024, enquanto o estado totalizou 30 casos consumados. Portanto, a capital concentra 30% dos feminicídios estaduais, evidenciando a gravidade da situação urbana.
Medidas protetivas crescem mas violência persiste
O Tribunal de Justiça de MS concedeu mais de 6.300 medidas protetivas em 2024. Além disso, o estado registra 97,1% de atendimento às solicitações, índice superior à média nacional de 80,4%. Consequentemente, aproximadamente 2.700 mulheres recebem acompanhamento do Programa Mulher Segura da Polícia Militar.
Entretanto, a violência persiste. Dados mostram que nenhuma das mulheres assassinadas em 2024 havia solicitado medida protetiva. Por isso, autoridades alertam que muitas vítimas não buscam proteção judicial por medo ou desconhecimento dos canais disponíveis.
Governo intensifica campanhas contra violência doméstica
As autoridades de MS implementaram diversas ações para combater a violência de gênero. O “Agosto Lilás” representa a maior campanha estadual, envolvendo Executivo, Legislativo e Judiciário. Ademais, foram adquiridas 600 tornozeleiras eletrônicas para monitorar agressores.
Paralelamente, o Monitor da Violência Contra a Mulher integra dados do sistema judiciário e policial. A ferramenta utiliza Business Intelligence para analisar feminicídios, estupros e violência doméstica em todos os municípios. Dessa forma, subsidia políticas públicas e ações preventivas baseadas em evidências científicas.
Denúncias podem ser feitas online e por telefone
A Polícia Civil disponibiliza canais digitais para denúncias de violência doméstica. O site www.naosecale.ms.gov.br oferece atendimento online para mulheres que buscam orientação. Além disso, a Delegacia Virtual permite registros silenciosos pelo celular.
Portanto, vítimas e testemunhas podem denunciar através do Disque 100, Ministério Público, Conselhos Tutelares e delegacias. Contudo, especialistas alertam para a subnotificação, já que muitos casos não chegam ao conhecimento das autoridades por medo ou vergonha das vítimas.
Última atualização em 29 de junho de 2025
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