

MS registra fim de semana mais violento de 2025 com dez mortes e 17º feminicídio do ano
Dados alarmantes revelam escalada da violência urbana no estado, com acidentes de trânsito e crimes passionais dominando estatísticas
Mato Grosso do Sul encerrou o último fim de semana com dez mortes violentas registradas entre sexta-feira (27) e domingo (29) de junho, configurando o período mais letal do ano no estado. Além disso, as estatísticas incluem o 17º feminicídio de 2025, reforçando o cenário preocupante da violência de gênero na região.
Feminicídio marca tragédia em Costa Rica
O caso mais grave ocorreu na noite de sexta-feira, quando Rose Antônio de Paula, de 41 anos, foi assassinada com um golpe de facão em Costa Rica, município localizado a 375 km da capital1. O principal suspeito é seu companheiro, Juliano Pinheiro de Oliveira, de 40 anos, que permanece foragido.
Consequentemente, a descoberta do crime aconteceu quando amigas de Rose notaram sua ausência no café da manhã habitual. Ao se aproximarem da residência, encontraram marcas de sangue debaixo da porta e o corpo da vítima no interior do imóvel1. Portanto, a Polícia Civil mantém as investigações e solicita informações através do telefone (67) 3247-6500.
Histórico de violência doméstica
Contudo, este não era o primeiro episódio de agressão. Em 2022, Rose já havia registrado boletim de ocorrência contra Juliano por agressões físicas, incluindo socos no rosto. Além disso, a filha de 8 anos da vítima também foi agredida ao tentar defender a mãe, enquanto o agressor fez ameaças de morte mostrando um canivete.
Escalada alarmante dos feminicídios em MS
Os dados estaduais revelam uma tendência crescente nos crimes de gênero. Nos primeiros cinco meses de 2025, foram registrados 15 feminicídios no estado, representando uma morte a cada oito dias. Similarmente, o período se aproxima dos 16 casos registrados no mesmo intervalo de 2024.
Ademais, as estatísticas da última década são ainda mais impactantes: 346 mulheres foram vítimas de feminicídio em MS entre 2015 e 2025, com uma média de 35 mortes anuais. Portanto, quase 60% das vítimas têm idades entre 30 e 59 anos, enquanto 27% são jovens entre 18 e 29 anos.
Acidentes de trânsito ampliam número de mortes
Paralelamente aos crimes passionais, os acidentes de trânsito dominaram as estatísticas do fim de semana1. Campo Grande já contabiliza 100 mortes no trânsito em 2025, com a capital liderando o ranking estadual com 27 óbitos.
Especificamente, dos 21 acidentes fatais registrados na capital, 19 envolveram motociclistas, demonstrando a vulnerabilidade desta categoria no trânsito urbano. Consequently, apenas na Santa Casa de Campo Grande, 8.803 vítimas de acidentes de trânsito deram entrada no pronto-socorro entre janeiro e abril deste ano.
Perfil da violência e impacto social
O perfil dos crimes revela características preocupantes. A maioria dos feminicídios ocorre dentro das próprias residências das vítimas, reforçando a dinâmica patriarcal onde “o senhor é o centro da casa”, conforme análise antropológica do professor Asher Brum.
Por outro lado, especialistas identificam elementos culturais associados à violência doméstica em MS. Conforme relatório do Tribunal de Justiça, “a violência contra a mulher faz parte de uma estrutura cultural que existe em Mato Grosso do Sul”.
Ações governamentais de enfrentamento
Em resposta à escalada da violência, o governo estadual instituiu o Programa Estadual de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (Protege). O programa atua em três frentes: prevenção primária, proteção imediata de vítimas e reparação para mulheres agredidas.
Simultaneamente, as forças de segurança intensificaram operações integradas. Representantes da Sejusp, Polícia Civil, Militar e Penal se reuniram para alinhar estratégias operacionais focadas no monitoramento de criminosos reincidentes.
Impacto no sistema de saúde
Finalmente, a violência urbana sobrecarrega o sistema de saúde. O médico emergencista Dr. Rodrigo Quadros alerta que “acidentes graves podem resultar em morte, internações prolongadas e sequelas irreversíveis”. Dessa forma, cada atendimento representa não apenas impacto para pacientes e famílias, mas também pressão adicional sobre hospitais já operando no limite da capacidade.
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