

Claudinho Serra e mais 13 viram réus por desvio de R$ 20 milhões
Justiça aceita denúncia do MP contra esquema familiar que fraudou licitações em Sidrolândia desde 2017
Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB), e outras 13 pessoas se tornaram réus pelo Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul por suspeita de integrar organização criminosa que desviou R$ 20 milhões dos cofres públicos de Sidrolândia. A denúncia apresentada pelo MPMS aponta o ex-vereador de Campo Grande como mentor do esquema que operava através de contratos fraudulentos desde 2017.
Justiça aceita denúncia contra 14 pessoas da organização criminosa
O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público na 4ª fase da Operação Tromper. Consequentemente, todos os 14 acusados respondem por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Além disso, a investigação revelou esquema estrutural e organizado com núcleos distintos e divisão coordenada de tarefas.
Paralelamente, Claudinho Serra permanece preso desde 5 de junho, quando foi capturado no apartamento no Jardim dos Estados, uma das áreas mais nobres de Campo Grande. Dessa forma, o Tribunal de Justiça negou habeas corpus e manteve a prisão preventiva.
Esquema familiar: pai e esposa também são réus por lavagem
A família Serra figura entre os principais réus da organização criminosa. Especificamente, Cláudio Jordão de Almeida Serra (pai) e Mariana Camilo de Almeida Serra (esposa) respondem pelos mesmos crimes. Ou seja, esta é a primeira vez que a filha da ex-prefeita Vanda Camilo é formalmente acusada.
Ademais, Carmo Name Júnior (assessor) e Jhorrara Souza dos Santos Name (esposa do assessor) também integram a lista de réus. Contudo, a investigação identificou 4 frentes de lavagem: uso de familiares, laranjas, empresas de fachada e blindagem patrimonial.
Quatro fases da Operação Tromper desvendaram R$ 20 milhões
A Operação Tromper teve início em maio de 2023 e já passou por quatro fases investigativas. Primeiramente, a 1ª fase descobriu fraudes desde 2017 envolvendo peculato e associação criminosa. Posteriormente, investigações identificaram conluio entre empresas que participavam das licitações.
Contudo, mesmo após prisões e medidas cautelares, o grupo criminoso continuou operando. Portanto, a 4ª fase foi necessária para interromper contratos milionários com empresas de engenharia e pavimentação. Assim sendo, empresas sem capacidade técnica venciam licitações através de documentos fraudados.
Bloqueio de R$ 103,9 milhões visa recuperar prejuízo público
A Justiça determinou sequestro de R$ 103,939 milhões em bens e contas bancárias de 19 pessoas físicas e 9 empresas. Especificamente, somente de Claudinho Serra foram bloqueados R$ 12,562 milhões. Consequentemente, a medida visa recuperar o prejuízo causado ao erário público.
Além disso, empreiteiras alvos receberam mais de R$ 34,4 milhões da Prefeitura de Sidrolândia. Ou seja, valores de propina variavam entre 10% a 30% do valor dos contratos, dependendo do tipo de “mesada”. Dessa forma, o esquema envolvia desde cemitério municipal até Fundação Indígena.
Investigação continua com delações premiadas em andamento
Tiago Basso da Silva firmou delação premiada que permanece em sigilo judicial. Paralelamente, a ação penal tem mais de 7 mil páginas e envolve 27 réus no total. Portanto, o processo promete ser um dos maiores escândalos da história de Sidrolândia.
Finalmente, a atual gestão municipal nega envolvimento nas irregularidades, afirmando que os crimes ocorreram na administração anterior. Contudo, as investigações apontam que o esquema se manteve ativo mesmo após as primeiras operações.
Última atualização em 3 de julho de 2025
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