Guerra Comercial: MS na Linha de Frente do Tarifaço Trump

MS na linha de frente da guerra comercial: tarifas de 50% de Trump ameaçam R$ 3 bi em exportações. Brasil ativa Lei da Reciprocidade como resposta.

Guerra Comercial: MS na Linha de Frente do Tarifaço Trump

Lei da Reciprocidade brasileira responde a tarifas de 50% que ameaçam R$ 3 bi em exportações

Mato Grosso do Sul vive epicentro da guerra comercial Brasil-EUA. O estado enfrenta tarifas de 50% sobre R$ 3 bilhões em exportações, enquanto o governo brasileiro ativa a Lei da Reciprocidade como resposta ao “tarifaço” de Trump.

A tensão comercial já elevou o dólar a R$ 5,58 e coloca MS, responsável por US$ 669,5 milhões em exportações para os EUA em 2024, no centro do conflito.

Lula Regulamenta Lei da Reciprocidade em Resposta Direta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto regulamentando a Lei da Reciprocidade Econômica nesta terça-feira (15). A norma autoriza o Brasil a adotar retaliações contra países que impõem medidas unilaterais prejudiciais à economia nacional.

O decreto estabelece critérios para suspensão de concessões comerciais e cria o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, presidido pelo ministro Geraldo Alckmin.

Especificamente, a lei permite contramedidas quando países interferirem nas escolhas soberanas do Brasil ou violarem acordos comerciais bilaterais.

MS Entre os Mais Afetados pela Escalada Tarifária

As exportações sul-mato-grossenses somaram US$ 669,5 milhões em 2024, concentrando-se em carne bovina, celulose, sebo bovino e produtos florestais para o mercado americano.

Consequentemente, a tarifa de 50% anunciada por Trump compromete a competitividade dessas exportações e aumenta custos de insumos importados, segundo a Famasul.

Ademais, setores estratégicos como bovinocultura e setor florestal mantêm forte presença no comércio bilateral, tornando MS particularmente vulnerável.

Nelsinho Trad Lidera Resposta Parlamentar

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) preside a Comissão de Relações Exteriores que debaterá a taxação de Trump nesta terça-feira. Como presidente da CRE, Trad coordena a resposta legislativa brasileira.

Paralelamente, Trad lidera múltiplas frentes diplomáticas, incluindo o Parlamento do Mercosul e o Parlamento Amazônico, fortalecendo a posição brasileira nas negociações.

Portanto, a experiência de Trad na CRE (já presidiu em 2019-2020) torna-se crucial para navegar esta crise comercial sem precedentes.

Dólar Dispara com Tensões Comerciais

A cotação atingiu R$ 5,58, maior valor desde 5 de junho, refletindo diretamente as tensões comerciais com os EUA.

Dessa forma, a escalada cambial impacta preços de produtos importados, custos de produção do agronegócio exportador e gera incerteza econômica generalizada.

Por outro lado, a volatilidade cambial demonstra como decisões políticas globais afetam imediatamente a economia local de MS.

Motivações Políticas Por Trás das Tarifas

Trump justifica as tarifas com argumentos políticos além dos econômicos. A carta presidencial critica o STF, processos contra Bolsonaro e o protagonismo brasileiro no BRICS.

Diferentemente de tarifas comerciais tradicionais, esta medida mistura questões ideológicas com protecionismo econômico, limitando margens de negociação.

Isto é, a retaliação tem caráter político contra decisões soberanas do Brasil, configurando interferência em assuntos internos.

Impacto Imediato na Economia Sul-Mato-Grossense

Empresários e produtores rurais enfrentam custos elevados para insumos importados dos EUA, afetando competitividade das cadeias produtivas.

Simultaneamente, a incerteza econômica gera hesitação em investimentos e planejamento de longo prazo no agronegócio estadual.

Finalmente, empregos ligados às exportações para os EUA ficam ameaçados, especialmente nos setores de proteína animal e celulose.

Setor Privado Americano Pode Pressionar Mudanças

Empresários norte-americanos temem aumento de custos para insumos brasileiros, tendendo a negociar cotas e exceções com Washington.

Assim sendo, a mobilização do setor privado americano pode ser fundamental para reverter ou amenizar as tarifas, segundo especialistas.

Ademais, associações produtoras como as do café já buscaram similares americanas para soluções negociadas.

Estratégias de Resistência e Adaptação

O governo brasileiro avalia múltiplas respostas, incluindo busca por novos mercados e redirecionamento de exportações.

Contudo, as exportações para os EUA têm maior valor agregado comparadas às commodities enviadas para a China, dificultando substituição.

Além disso, parte das exportações são de multinacionais americanas, que podem pressionar Trump internamente.

Histórico de Recuos de Trump Gera Expectativa

Análises mostram que Trump já recuou de tarifas anteriormente, como na guerra comercial com a China que começou em 145% e terminou em 30%.

Portanto, existe expectativa de que negociações sejam possíveis, especialmente com pressão de empresas americanas prejudicadas.

Em contrapartida, o caráter político das tarifas atuais pode tornar recuos mais difíceis que em disputas puramente comerciais.

Cenários Futuros e Implicações

A resposta brasileira via Lei da Reciprocidade pode escalar a guerra comercial, prejudicando ainda mais as exportações de MS.

Subsequentemente, a capacidade de adaptação do agronegócio sul-mato-grossense será testada na busca por mercados alternativos.

Finalmente, a resolução do conflito dependerá do equilíbrio entre pressões políticas e interesses econômicos de ambos os países.

Compartilhe este conteúdo: