

Gripe K: sintomas e quando procurar atendimento urgente
Subclado do H3N2 não é vírus novo; vacinação segue eficaz contra casos graves
O Brasil confirmou quatro casos da chamada “Gripe K”, um subclado do vírus influenza A (H3N2) já em circulação global. Um caso foi identificado no Pará e três em Mato Grosso do Sul, mas especialistas reforçam que não se trata de vírus novo e a vacina continua eficaz.
O que é Gripe K e por que não é novo vírus
A “Gripe K” é o apelido dado ao subclado J.2.4.1 do influenza A (H3N2), identificado globalmente desde agosto de 2025. O nome técnico refere-se a uma evolução genética natural do vírus, não ao surgimento de uma nova doença.
Esse subclado já circula na América do Norte, Europa e Ásia há meses. Contudo, chegou ao Brasil mais recentemente, com detecção em amostras do Pará e de MS.
Até o momento, não há indicação de aumento relevante da gravidade clínica. Portanto, o subclado K não causa doença mais severa que outras variantes do H3N2 em circulação.
Sintomas: o que esperar e quando se preocupar
Os sintomas da Gripe K são idênticos aos da gripe comum: febre, tosse, dor no corpo, dor de garganta e cansaço. A maioria das pessoas se recupera sem complicações em até uma semana.
Contudo, alguns sinais exigem atenção médica imediata. Febre alta e prolongada, falta de ar, cansaço intenso, prostração ou piora clínica são alertas importantes.
Em crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades, a recomendação é buscar avaliação médica logo no início dos sintomas. Consequentemente, o atendimento precoce reduz risco de complicações graves.
Grupos de risco precisam de atenção redobrada
Temporadas dominadas pelo H3N2 costumam ter maior impacto entre idosos, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. Além disso, crianças menores de cinco anos, gestantes e pessoas com doenças crônicas compõem os grupos de risco.
Pacientes com comorbidades respiratórias, cardíacas, diabetes ou imunossupressão devem procurar atendimento médico com urgência aos primeiros sintomas. Similarmente, gestantes apresentam maior risco de complicações por influenza.
Esses grupos têm prioridade para vacinação e, em caso de sintomas, podem necessitar de tratamento antiviral específico. Portanto, acompanhamento médico precoce faz diferença no desfecho clínico.
Vacinação continua sendo a melhor proteção
A vacina contra gripe é atualizada anualmente com base em vigilância global coordenada pela OMS. Dados preliminares indicam que, mesmo com diferenças genéticas, a vacina mantém proteção contra casos graves.
A vacinação reduz internações em unidades de terapia intensiva e mortes por influenza. Ademais, protege grupos vulneráveis mesmo quando o vírus sofre pequenas mutações ao longo do ano.
Mutações são naturais em vírus influenza. Por isso, as vacinas são reformuladas anualmente para acompanhar as cepas em circulação. A Gripe K não muda essa estratégia comprovadamente eficaz.
Circulação do H3N2 no Brasil em 2025
Nas últimas semanas analisadas, há crescimento ou manutenção das hospitalizações por Influenza A em estados do Norte (Amazonas, Pará, Tocantins), Nordeste (Bahia, Piauí, Ceará) e Santa Catarina.
No Sudeste, a tendência é de redução gradual das internações associadas ao vírus. Contudo, a vigilância continua ativa para identificar novos subclados e padrões de circulação.
A OMS alertou que alguns países registraram início mais precoce da temporada de gripe e níveis de atividade acima do padrão histórico. Portanto, o Brasil mantém atenção redobrada nos próximos meses.
Quando procurar atendimento médico
A decisão de buscar atendimento depende da intensidade dos sintomas e da presença de fatores de risco.
Procure UPA ou pronto-atendimento se apresentar:
- Febre acima de 38°C por mais de três dias
- Tosse persistente com dificuldade para respirar
- Dor no peito ou sensação de falta de ar
- Prostração intensa que impede atividades básicas
- Desidratação (boca seca, urina escura, fraqueza)
Procure emergência imediatamente se tiver:
- Falta de ar intensa ou lábios roxos
- Confusão mental ou sonolência excessiva
- Dor no peito que piora ao respirar
- Febre muito alta (acima de 39,5°C) que não cede com medicação
- Vômitos persistentes que impedem hidratação
Grupos de risco devem procurar atendimento ao primeiro sintoma:
- Crianças menores de cinco anos
- Idosos acima de 60 anos
- Gestantes em qualquer trimestre
- Pessoas com doenças crônicas (diabetes, cardiopatias, pneumopatias)
- Imunossuprimidos ou em tratamento de câncer
Cuidados em casa para casos leves
Pessoas sem fatores de risco e com sintomas leves podem tratar a gripe em casa com medidas simples:
- Repouso: descanse e evite esforços físicos
- Hidratação: beba água, chás e sucos naturais com frequência
- Alimentação leve: prefira frutas, sopas e alimentos de fácil digestão
- Antitérmicos: use paracetamol ou dipirona conforme orientação médica
- Isolamento: evite contato próximo com outras pessoas por pelo menos cinco dias
- Ventilação: mantenha ambientes arejados e com circulação de ar
Evite automedicação com antibióticos. Eles não funcionam contra vírus e podem causar resistência bacteriana. Similarmente, não use aspirina em crianças e adolescentes com gripe.
Prevenção além da vacina
Medidas de higiene e etiqueta respiratória reduzem transmissão do vírus influenza:
- Lave as mãos frequentemente com água e sabão
- Use álcool em gel quando não puder lavar as mãos
- Cubra boca e nariz ao tossir ou espirrar (use cotovelo ou lenço descartável)
- Evite tocar olhos, nariz e boca
- Mantenha ambientes ventilados
- Evite aglomerações se estiver com sintomas
A vacinação anual continua sendo a estratégia mais eficaz. Procure postos de saúde para verificar disponibilidade de doses, especialmente se você faz parte dos grupos prioritários.
Última atualização em 22 de dezembro de 2025
Compartilhe este conteúdo:







Publicar comentário