Alta dos preços e demanda aquecida impulsionam profissionalização na pecuária de cria

Pecuária de cria vive momento favorável em 2025 com alta do boi gordo e demanda aquecida, exigindo profissionalização dos produtores para maximizar resultados.

Alta dos preços e demanda aquecida impulsionam profissionalização na pecuária de cria

Escassez de oferta e valorização do boi gordo criam cenário favorável para produtores que investem em gestão eficiente

A pecuária de cria brasileira enfrenta um cenário promissor em 2025, impulsionado pela alta no preço do boi gordo, aumento do consumo interno e exportações aquecidas. Segundo Armindo Barth Neto, gerente técnico do Serviço de Inteligência em Agronegócio (SIA Brasil), este momento favorável exige maior profissionalização dos produtores para aproveitarem plenamente as oportunidades que o mercado oferece neste primeiro semestre.

Fatores de mercado favorecem a valorização da cria

Diversos elementos convergem para criar um ambiente positivo no setor. O recorde de abate de fêmeas em idade reprodutiva nos últimos anos reduziu significativamente a oferta de bezerros, enquanto a demanda continua em alta. As cotações no mercado futuro do boi gordo para 2025 devem oscilar entre R$ 345 e R$ 370 por arroba, conforme análises do setor.

“Temos uma escassez de oferta combinada com uma demanda elevada, o que gera um cenário de valorização, mas apenas quem estiver estruturado poderá aproveitar ao máximo”, destaca Barth Neto.

O câmbio favorável e o aumento das exportações de carne bovina também contribuem para esse cenário. Em 2024, Mato Grosso do Sul bateu recorde na produção, alcançando 1,068 milhão de toneladas de carne bovina, um aumento de 12,37% em relação ao ano anterior.

Gestão profissional como diferencial competitivo

Para aproveitar o bom momento do mercado, os produtores precisam investir na profissionalização da gestão de suas propriedades. Barth Neto ressalta que organizar o rebanho, descartar animais improdutivos e investir em genética melhoradora são medidas essenciais.

“A base do sucesso é pastagem de qualidade. Sem isso, todo o restante do sistema fica comprometido”, observa o especialista.

Outro ponto fundamental é melhorar os índices produtivos. O técnico recomenda buscar taxas de desmame acima de 75% e terneiros com no mínimo 210 quilos ao desmame. Ele também enfatiza a importância de antecipar o primeiro parto para os 24 meses de idade.

“Quanto antes a novilha iniciar sua vida produtiva, menor será o custo de recria e maior será a produtividade ao longo do tempo”, pontua.

Perspectivas e investimentos estratégicos

O acompanhamento técnico adequado pode evitar perdas significativas. Especialistas apontam que o monitoramento profissional no abate pode evitar perdas de até R$ 500 por animal, garantindo melhor rendimento de carcaça e maximização dos lucros.

Para quem deseja consolidar a produção e aproveitar o bom momento, investimentos bem planejados são cruciais. “O melhor dia para investir foi ontem. O segundo melhor dia é hoje. Estruturar o negócio agora é garantir ganhos maiores na alta e resistência nos momentos de baixa”, finaliza Barth Neto.

A implementação de tecnologias como inseminação artificial, fertilização in vitro e seleção genômica também se apresenta como diferencial competitivo para os produtores que buscam maior eficiência reprodutiva e melhoramento genético do rebanho, garantindo sustentabilidade e rentabilidade no longo prazo.

Foto: Armindo Barth Neto/Divulgação

Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

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