

Onça Irapuã ficará em cativeiro permanente após matar caseiro
Animal de 9 anos se recupera bem, mas não demonstra medo de humanos
A onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo em MS ficará em cativeiro permanente no Instituto Ampara Animal, em Amparo (SP), onde está há oito dias se recuperando.
Comportamento atípico preocupa especialistas
O veterinário Jorge Salomão, responsável pelos cuidados do animal, explica que a onça não demonstra o comportamento natural de evitar humanos. “Ele não tem a reação que normalmente os outros indivíduos têm. De sair, de evitar conflito, ele acaba sempre encarando”, afirmou à CNN.
Essa característica torna impossível o retorno do animal à vida selvagem. Além disso, representa risco permanente para comunidades rurais caso fosse reintroduzido na natureza.
A decisão de manter o felino em cativeiro foi tomada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Consequentemente, o animal batizado de “Irapuã” – que significa agilidade e força em tupi-guarani – permanecerá sob cuidados especializados.
Processo de recuperação no instituto
O animal chegou ao instituto com diversas cicatrizes e ganhou 13 kg durante sua estadia anterior no CRAS-MS. Atualmente, está se adaptando bem ao novo ambiente e rotina de cuidados.
“Há um novo cativeiro, há uma nova rotina, um novo manejo. Mas, por ora, está tudo dentro do esperado”, relatou Salomão. O veterinário destaca que o animal está visivelmente habituado ao contato humano desde sua chegada.
Inicialmente, Irapuã permanece em um recinto menor para adaptação. Posteriormente, será transferido para uma área maior com ampliação da zona aquática, focando na recuperação física e emocional.
Estrutura especializada para conservação
O Instituto Ampara Animal mantém estrutura adequada para felinos de grande porte. Os recintos são extensos, com mata nativa preservada e sem visitação pública para minimizar o estresse dos animais.
“Os nossos recintos são todos muito grandes, com grotões de mata nativa, cercados. São o mais próximo possível do que o animal iria encontrar em vida livre”, explica Salomão. Contudo, a segurança controlada permite cuidados veterinários especializados.
Atualmente, oito onças recebem cuidados no local: cinco onças-pintadas e três onças-pardas. Cada animal recebe atenção individualizada com protocolos específicos para suas necessidades.
A transferência de Irapuã foi solicitada pelo CENAP (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros), demonstrando a coordenação entre instituições para casos complexos de conservação.
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