

Do pasto ao prato: venda direta de carne cresce e desafia pecuaristas brasileiros
Modelo DTC elimina intermediários e valoriza a relação entre produtor e consumidor
A venda direta de carne da fazenda ao consumidor final, tendência consolidada nos Estados Unidos, começa a ganhar espaço no Brasil e desafia o modelo tradicional de comercialização do setor pecuário.
Pecuaristas inovam e agregam valor com venda direta
Nos EUA, pecuaristas vendem carne diretamente ao cliente, sem frigoríficos ou supermercados, apostando na rastreabilidade, identidade própria e margens mais altas. O modelo, conhecido como DTC (Direct to Consumer), elimina atravessadores e fortalece a relação de confiança, história e origem clara do produto.
Segundo levantamento do setor, consumidores aceitam pagar mais por carnes vendidas diretamente, valorizando qualidade, sustentabilidade e o contato próximo com quem produz. Pequenas fazendas e marcas familiares usam plataformas digitais e entregas locais para criar comunidades fiéis e garantir feedback constante dos clientes.
Além disso, a venda direta permite que o produtor defina seu próprio preço, ajuste estratégias de marketing e receba reconhecimento pelo trabalho, tornando o negócio mais gratificante e sustentável.
No Brasil, prática ainda é restrita, mas cresce
No país, a venda direta de carne bovina e suína já representa o principal canal de comercialização para agroindústrias rurais de menor escala, especialmente nas regiões Nordeste e Sul, onde chega a responder por mais de 70% do volume comercializado. Contudo, ainda é pouco comum entre grandes pecuaristas, devido a desafios logísticos, exigências sanitárias e necessidade de visão estratégica de longo prazo.
Para atuar nesse modelo, o produtor precisa dominar questões como inspeção sanitária, logística de entrega e comunicação direta com o cliente final. A venda pode ser feita por encomenda de animais inteiros, cortes sob demanda ou assinaturas mensais, sempre respeitando as normas de inspeção e transporte
Vantagens e desafios do DTC para o produtor brasileiro
Entre as principais vantagens estão:
- Margens mais altas e controle total do preço
- Construção de marca própria e fidelização do cliente
- Redução da dependência de grandes frigoríficos e atravessadores
- Valorização da produção local e sustentável
Por outro lado, o modelo exige:
- Planejamento logístico e domínio de regulamentações sanitárias
- Investimento em marketing digital e atendimento ao cliente
- Visão de longo prazo e capacidade de adaptação a demandas do consumidor
Apesar dos desafios, o DTC é uma alternativa viável para pecuaristas que buscam inovação, agregação de valor e conexão direta com o mercado consumidor brasileiro.
Última atualização: 3 de junho de 2025
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