Campo Grande é capital mais arborizada pela 6ª vez

Campo Grande é capital mais arborizada do Brasil pela 6ª vez. Veja benefícios, desafios da manutenção e onde ainda falta sombra na cidade.

Campo Grande é capital mais arborizada pela 6ª vez

Título reconhece liderança, mas bairros ainda enfrentam ilhas de calor

Campo Grande conquistou pela sexta vez consecutiva o título de capital mais arborizada do Brasil, consolidando-se como referência nacional e internacional em arborização urbana. Contudo, a cidade ainda enfrenta desafios na distribuição equilibrada de árvores e manutenção do patrimônio verde.

Sexto título consecutivo: o que isso significa

A sequência de seis títulos coloca Campo Grande em posição única entre as capitais brasileiras. A conquista reflete políticas públicas consistentes de arborização iniciadas há décadas e mantidas por gestões sucessivas.

O reconhecimento vem de metodologia que avalia índice de arborização, quantidade de árvores por habitante e área verde urbana total. Além disso, considera qualidade das espécies, diversidade botânica e estratégias de manejo.

Campo Grande possui aproximadamente 96 mil árvores cadastradas em vias públicas, segundo inventários municipais. Esse número não inclui árvores em áreas particulares, parques e unidades de conservação urbanas.

Critérios e metodologia da avaliação

A avaliação considera relação entre área verde e população total. Capitais precisam manter mínimo de 12 metros quadrados de área verde por habitante, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde.

Campo Grande supera esse índice com folga, apresentando indicadores acima de 100 metros quadrados de área verde por habitante. Portanto, a cidade atende e excede parâmetros internacionais de qualidade ambiental urbana.

A metodologia também analisa distribuição espacial da arborização. Consequentemente, concentração excessiva em poucas regiões pode comprometer a avaliação, mesmo com números totais elevados.

Onde tem sombra e onde falta árvore

Bairros planejados e regiões centrais concentram maior densidade de árvores por quilômetro quadrado. Avenidas como Afonso Pena, Mato Grosso e áreas do Parque dos Poderes apresentam cobertura vegetal expressiva.

Por outro lado, loteamentos recentes e periferias enfrentam déficit de arborização. Árvores jovens ainda não oferecem sombra adequada, e planejamento de calçadas nem sempre contempla espaço para plantio.

Regiões como extremos das zonas sul e norte registram reclamações frequentes sobre falta de sombra. Similarmente, bairros com ocupação irregular apresentam dificuldade para implementar arborização planejada.

Benefícios reais para saúde e clima urbano

Arborização reduz temperatura ambiente entre 2°C e 8°C em áreas sombreadas. Esse efeito diminui demanda por ar-condicionado e melhora conforto térmico, especialmente no verão.

Árvores urbanas filtram poluentes atmosféricos e reduzem material particulado no ar. Ademais, absorvem ruído urbano e contribuem para saúde mental ao criar ambientes mais agradáveis.

Estudos em saúde pública relacionam maior arborização com redução de doenças respiratórias. Portanto, o título de capital mais arborizada tem impacto direto na qualidade de vida da população.

Desafios: manutenção e áreas descobertas

A manutenção de quase 100 mil árvores exige equipe técnica, equipamentos e orçamento consistente. Podas inadequadas, queda de galhos e conflitos com rede elétrica são queixas recorrentes de moradores.

A Prefeitura opera sistema de solicitação de podas e remoção de árvores, mas demanda supera capacidade de atendimento. Consequentemente, prazos para intervenções podem levar meses em períodos de pico.

Bairros novos aguardam crescimento das mudas plantadas. Árvores precisam de 5 a 10 anos para oferecer sombra significativa. Paralelamente, espécies inadequadas plantadas no passado geram problemas com raízes e queda de frutos.

Planos para 2026 e espécies recomendadas

A gestão municipal mantém meta de plantar milhares de mudas anualmente, priorizando regiões com déficit de arborização. O foco para 2026 inclui ampliação do inventário digital e monitoramento de saúde das árvores existentes.

Espécies recomendadas para arborização urbana em Campo Grande incluem ipês (roxo, amarelo, branco), sibipiruna e extremosa. Essas árvores adaptam-se ao clima local, têm raízes menos agressivas e copa adequada para calçadas.

Espécies proibidas ou não recomendadas incluem fícus (raízes destrutivas), eucalipto (crescimento excessivo) e árvores frutíferas que sujam calçadas. Ademais, plantio sem autorização em área pública pode gerar multa.

Como solicitar serviços e denunciar irregularidades

Poda ou remoção de árvore:

  • Solicite através do canal 156 ou aplicativo da Prefeitura
  • Forneça endereço completo e motivo da solicitação
  • Aguarde vistoria técnica que avaliará necessidade
  • Poda ou remoção sem autorização gera multa

Denúncia de poda irregular:

  • Acione fiscalização ambiental pelo 156
  • Registre fotos e localização exata
  • Poda drástica ou “arredondamento” é irregular
  • Responsáveis podem responder administrativa e criminalmente

Plantio em calçada:

  • Consulte espécies permitidas no site da Prefeitura
  • Respeite distância mínima de postes, esquinas e guias
  • Calçadas com menos de 2 metros de largura não comportam árvores
  • Manutenção da árvore é responsabilidade do proprietário do imóvel

Orgulho com responsabilidade

O sexto título consecutivo celebra conquista coletiva de décadas, mas exige manutenção contínua. A arborização não é estática: árvores crescem, envelhecem e precisam de cuidados.

O desafio para os próximos anos é levar esse patrimônio verde às regiões que ainda esperam sombra. Paralelamente, manter as árvores existentes saudáveis demanda investimento em equipe técnica e equipamentos.

Campo Grande pode ser exemplo para outras cidades brasileiras. Contudo, o título só se sustenta com planejamento de longo prazo, orçamento adequado e participação da população no cuidado com as árvores.

Última atualização em 22 de dezembro de 2025

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