Setor de serviços lidera geração de vagas; Campo Grande e Inocência se destacam no desempenho regional

Mato Grosso do Sul encerrou o primeiro trimestre de 2025 com a criação de 12.584 empregos formais, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado consolida o estado como um dos destaques na geração de empregos com carteira assinada na região Centro-Oeste, impulsionado especialmente pelo setor de serviços e pela expansão da agroindústria.

Crescimento consistente e setores em destaque

O saldo positivo de empregos em Mato Grosso do Sul é resultado de três meses consecutivos de crescimento. Em janeiro, foram criados 3.255 postos formais; em fevereiro, 8.215; e em março, 1.114 novos empregos com carteira assinada. O setor de serviços foi o principal responsável pela geração de vagas em março, com 1.613 novos postos, seguido pela indústria (550) e construção civil (453). Em contrapartida, comércio (-466) e agropecuária (-1.036) apresentaram retração no mês.

Análise regional e perfil dos trabalhadores

No recorte regional, Inocência liderou a geração proporcional de empregos, com saldo de 585 vagas em março, impulsionado pela instalação de uma nova planta de celulose. Campo Grande, a capital, também apresentou desempenho expressivo, com saldo de 569 novas contratações no mês e 3.803 no acumulado do trimestre. Dourados, Três Lagoas e Bataguassu completam a lista dos municípios com melhores resultados no período.

O perfil dos contratados mostra predominância de pessoas com ensino médio completo e jovens entre 18 e 24 anos. Em março, as mulheres ocuparam a maior parte das vagas abertas no estado.

Impacto econômico e perspectivas

O desempenho positivo do emprego formal acompanha o cenário de crescimento econômico de Mato Grosso do Sul, que lidera as projeções nacionais para 2025, com previsão de expansão do PIB acima de 4%. O avanço é atribuído à diversificação econômica, investimentos em agroindústria, energia limpa e tecnologia, além de políticas públicas que favorecem a qualificação profissional e o ambiente de negócios.

Especialistas apontam que a manutenção do ritmo de contratações depende da continuidade dos investimentos e do fortalecimento dos setores produtivos. “O saldo positivo de empregos é reflexo do trabalho conjunto entre o setor produtivo e as iniciativas do Governo do Estado. Seguimos comprometidos em ampliar as oportunidades e fortalecer a empregabilidade em Mato Grosso do Sul”, afirma Marina Dobashi, diretora-presidente da Fundação do Trabalho do Estado.

Desafios e tendências para o mercado de trabalho

Apesar dos resultados positivos, alguns municípios e setores enfrentaram retração, como Ribas do Rio Pardo e Dourados, impactados por ajustes sazonais e encerramento de contratos temporários. O salário médio de admissão em março foi de R$ 2.048,44, com queda de 2,34% em relação ao mês anterior e abaixo da média nacional.

A expectativa para os próximos meses é de continuidade no crescimento do emprego formal, impulsionado por grandes projetos industriais, expansão da agroindústria e investimentos em infraestrutura e tecnologia. O mercado de trabalho sul-mato-grossense deve seguir em transformação, com aumento da demanda por profissionais qualificados em áreas técnicas, engenharia, serviços digitais e energias renováveis.