

Problemas de infraestrutura em MS revelam contrastes entre projetos e realidade urbana
Enquanto Bataguassu e Bodoquena avançam em obras estruturantes, Campo Grande enfrenta desafios em segurança viária e transporte público
Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário de contrastes em sua infraestrutura urbana e rural neste início de maio de 2025. Enquanto municípios como Bataguassu e Bodoquena apresentam avanços em projetos estruturantes, a capital Campo Grande sofre com problemas de segurança viária, transporte público precário e manutenção insuficiente. Paralelamente, grandes projetos como a Rota Bioceânica e a Rota da Celulose prometem transformar a logística do estado, mas especialistas apontam desafios que podem comprometer sua eficiência.
Avanços e desafios nos municípios do interior
Bataguassu tem apresentado projetos significativos para o desenvolvimento local, incluindo novas áreas habitacionais, pavimentação de bairros e estruturação de um Núcleo Industrial. Estas iniciativas visam preparar o município para receber investimentos e melhorar a qualidade de vida dos moradores.
Já Bodoquena, com seu potencial turístico, avança em obras estruturantes que devem impulsionar a economia local. O município tem investido em infraestrutura básica para atender tanto moradores quanto visitantes, aproveitando seus atrativos naturais.
No entanto, Jardim, que está no trajeto da Rota Bioceânica, apresenta demandas urgentes de infraestrutura para o programa MS Ativo. Especialistas indicam pontos que podem comprometer a eficiência deste importante corredor logístico, destacando a necessidade de investimentos coordenados para que o projeto alcance seu potencial.
Segurança viária e problemas urbanos em Campo Grande
A capital sul-mato-grossense enfrenta desafios críticos em segurança viária. Após a morte de um jovem em um cruzamento perigoso, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) anunciou que fará uma avaliação da sinalização no local. No bairro Los Angeles, moradores se uniram em protesto após a morte de um motociclista em um trecho considerado crítico.
“Esta rua virou uma verdadeira pista de corrida. Precisamos urgentemente de mais sinalização antes que outras tragédias aconteçam”, declarou uma moradora do bairro Nova Campo Grande, onde a comunidade tem cobrado medidas preventivas das autoridades.
A resposta das autoridades tem sido reativa. Um dia após um acidente fatal, equipes da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) foram mobilizadas para fechar buracos no bairro Los Angeles, evidenciando a falta de manutenção preventiva nas vias públicas.
Crise no transporte público e abandono de áreas rurais
A qualidade do transporte público em Campo Grande está sob investigação. Responsáveis pelo relatório que apontou o conforto nos ônibus como “excelente” serão ouvidos na CPI do Transporte Público. Em depoimento, o diretor da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos) admitiu a falta de fiscais nas ruas e a péssima qualidade dos ônibus que circulam na capital.
“Não temos pessoal suficiente para fiscalizar adequadamente a frota e garantir que os padrões mínimos de qualidade sejam cumpridos”, reconheceu o diretor, apontando para problemas estruturais na fiscalização do serviço.
No Pantanal, moradores denunciam o abandono de estradas rurais, situação que tem impedido crianças de frequentarem as aulas. O isolamento dessas comunidades devido à precariedade das vias de acesso compromete não apenas a educação, mas também o escoamento da produção local e o acesso a serviços básicos de saúde.
Perspectivas para o futuro da infraestrutura estadual
A Rota da Celulose, projeto que visa facilitar o escoamento da produção do setor, deve iniciar suas obras ainda em 2025. Os impactos esperados incluem a valorização de áreas ao longo do trajeto e a melhoria da logística para um dos setores mais importantes da economia sul-mato-grossense.
Para que os grandes projetos de infraestrutura tragam benefícios reais à população, especialistas apontam a necessidade de planejamento integrado e atenção às demandas locais. “Não adianta construir grandes corredores logísticos se as vias urbanas e rurais continuam precárias e inseguras”, avalia um especialista em planejamento urbano.
O desafio para os gestores públicos de Mato Grosso do Sul está em equilibrar os investimentos em grandes projetos estruturantes com a manutenção e melhoria da infraestrutura básica que afeta diretamente o cotidiano da população.
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