Transparência: Rota da Celulose reformulada será disputada por quatro grupos empresariais em leilão na quinta-feira

Quatro grandes grupos empresariais disputarão o leilão da Rota da Celulose, projeto de R$ 3,8 bilhões para modernização de rodovias em MS.

Transparência: Rota da Celulose reformulada será disputada por quatro grupos empresariais em leilão na quinta-feira

Projeto estimado em R$ 3,8 bilhões prevê modernização de rodovias para escoamento da produção em MS; licitação ocorre após ajustes no edital

Quatro grandes grupos empresariais disputarão o leilão da Rota da Celulose, importante corredor logístico para o escoamento da produção de celulose em Mato Grosso do Sul, na próxima quinta-feira (8). O certame, que ocorrerá na sede da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), em Campo Grande, marca a retomada do projeto após uma reformulação completa do edital, que agora prevê investimentos estimados em R$ 3,8 bilhões para a duplicação e modernização de rodovias que ligam as principais áreas produtoras aos portos de exportação.

Histórico e detalhes do projeto reformulado

A Rota da Celulose é um projeto estratégico para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul, estado que se consolidou como um dos maiores produtores de celulose do país. O projeto original foi suspenso em 2023 após questionamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) sobre aspectos técnicos e financeiros do edital, o que levou à necessidade de reformulação completa da proposta.

A nova versão do projeto contempla a concessão de aproximadamente 412 quilômetros de rodovias estaduais que interligam os polos produtores de celulose às principais vias de escoamento. O pacote inclui trechos das rodovias MS-040, MS-395 e MS-338, além de acessos a municípios como Ribas do Rio Pardo, Água Clara e Três Lagoas, onde estão instaladas as maiores plantas industriais do setor.

“A reformulação do projeto foi fundamental para garantir a viabilidade econômica e a segurança jurídica do empreendimento. Realizamos estudos técnicos aprofundados e incorporamos as recomendações dos órgãos de controle”, explicou o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Eduardo Riedel.

Empresas participantes e expectativas

As quatro empresas que confirmaram participação no leilão são grupos de grande porte com experiência em concessões rodoviárias: CCR, Ecorodovias, Pátria Investimentos e um consórcio formado pela Equipav e a espanhola Sacyr. Todas já realizaram visitas técnicas aos trechos contemplados no projeto e apresentaram as garantias exigidas no edital.

O modelo de concessão prevê um prazo de 30 anos, com investimentos concentrados nos primeiros cinco anos para obras de duplicação, implantação de terceiras faixas em trechos críticos, construção de acostamentos e melhorias na sinalização. Em contrapartida, a concessionária vencedora poderá explorar praças de pedágio em pontos estratégicos das rodovias.

“A expectativa é de uma disputa acirrada, considerando o potencial de retorno do investimento e a importância estratégica desse corredor logístico”, avaliou o economista Carlos Figueiredo, especialista em infraestrutura. “O setor de celulose continua em expansão em Mato Grosso do Sul, com novas plantas industriais previstas para os próximos anos, o que torna o projeto ainda mais atrativo.”

Impactos econômicos e sociais

A modernização da Rota da Celulose deve gerar impactos significativos para a economia sul-mato-grossense. Além de facilitar o escoamento da produção de celulose, estimada em mais de 10 milhões de toneladas anuais, o projeto deve beneficiar outros setores produtivos que utilizam o mesmo corredor logístico.

“A melhoria na infraestrutura rodoviária reduz os custos logísticos e aumenta a competitividade dos produtos sul-mato-grossenses no mercado internacional”, destacou Maria Helena Coelho, presidente da Associação das Indústrias de Celulose de MS. “Além disso, as obras devem gerar cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de implantação.”

O projeto também prevê melhorias na segurança viária, com a implantação de dispositivos modernos de controle de tráfego, iluminação em trechos críticos e construção de passarelas para pedestres em áreas urbanas. Essas intervenções devem contribuir para a redução dos acidentes, que aumentaram 27% nos últimos três anos nas rodovias contempladas pelo projeto.

Próximos passos e cronograma

Após o leilão, previsto para ocorrer às 10h de quinta-feira (8), a empresa vencedora terá 60 dias para assinar o contrato de concessão. O início das obras está programado para o primeiro trimestre de 2026, após a conclusão dos projetos executivos e a obtenção das licenças ambientais necessárias.

O cronograma estabelecido no edital prevê a conclusão das principais obras de duplicação em até quatro anos, com investimentos contínuos em manutenção e melhorias ao longo de todo o período da concessão. A fiscalização será realizada pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agems), que terá a responsabilidade de garantir o cumprimento das obrigações contratuais.

“Este é um projeto transformador para a infraestrutura de Mato Grosso do Sul, que vai consolidar nossa posição como um dos principais corredores logísticos do país”, concluiu o governador Eduardo Riedel. “A transparência em todo o processo licitatório é fundamental para garantir o melhor resultado para o estado e para a população.”

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