Escalada Fatal: Trump Bombarda Instalações Nucleares do Irã e Mergulha o Mundo em Crise

Trump bombardeia instalações nucleares do Irã causando crise global. Congresso pede impeachment. Petróleo pode chegar a US$ 130. Análise completa.

Escalada Fatal: Trump Bombarda Instalações Nucleares do Irã e Mergulha o Mundo em Crise

Editorial – Cotidiano News Online

O presidente americano Donald Trump ordenou na madrugada de domingo, 22 de junho, o bombardeio de três instalações nucleares iranianas, marcando uma escalada sem precedentes no conflito do Oriente Médio e arrastando os Estados Unidos diretamente para uma guerra que pode ter consequências catastróficas para a economia global.

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A Operação “Martelo da Meia-Noite”: Destruição Total

A operação militar, batizada pelo Pentágono de “Operação Martelo da Meia-Noite”, envolveu sete bombardeiros stealth B-2 que lançaram mais de uma dezena de bombas antibunker Massive Ordnance Penetrator, cada uma pesando 30.000 libras, contra as instalações de Fordow e Natanz. Simultaneamente, mísseis Tomahawk foram disparados contra a instalação de Isfahan.

Trump anunciou o ataque através de sua plataforma Truth Social, declarando: “Completamos nosso ataque muito bem-sucedido aos três locais nucleares no Irã, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan”. Em discurso televisionado posterior, o presidente afirmou que as “instalações-chave de enriquecimento nuclear do Irã foram completa e totalmente obliteradas”.

A operação, que durou aproximadamente uma hora e envolveu mais de 125 aeronaves, representou a mais longa missão de bombardeiros B-2 desde os ataques de 11 de setembro. Como estratégia de desinformação, bombardeiros foram inicialmente destacados sobre o Pacífico como “isca” para confundir os planejadores iranianos.

Congresso Americano em Pé de Guerra: Impeachment na Mesa

A decisão unilateral de Trump de bombardear o Irã sem autorização prévia do Congresso provocou uma tempestade política em Washington, com democratas proeminentes exigindo seu impeachment por violação constitucional.

Democratas Clamam por Impeachment

A deputada Alexandria Ocasio-Cortez foi categórica em suas críticas, declarando: “A decisão desastrosa do presidente de bombardear o Irã sem autorização é uma grave violação da Constituição e dos Poderes de Guerra do Congresso”. Ela classificou a ação como “absoluta e claramente motivo para impeachment”.

O deputado Sean Casten (D-IL) foi igualmente contundente: “Esta é uma ofensa inequivocamente passível de impeachment. Nenhum presidente tem autoridade para bombardear outro país que não representa uma ameaça iminente aos EUA sem aprovação do Congresso”.

O senador Bernie Sanders denunciou Trump como “grosseiramente inconstitucional”, enfatizando que “a única instituição que pode levar este país à guerra é o Congresso dos Estados Unidos”.

Republicanos Também Divididos

Surpreendentemente, alguns republicanos questionaram a constitucionalidade da ação. O deputado Thomas Massie (R-KY) declarou categoricamente: “Isso não é constitucional”. O deputado Warren Davidson (R-OH) afirmou ser “difícil conceber algum argumento racional apontando a constitucionalidade da decisão de Trump”.

No entanto, líderes republicanos como o Speaker da Câmara Mike Johnson defenderam a medida, argumentando que “a ação decisiva do presidente impede que o maior patrocinador estatal de terrorismo do mundo obtenha a arma mais letal do planeta” .

O senador Lindsey Graham elogiou: “Esta foi a decisão certa. O regime a merece”.

Reações Internacionais: Entre Apoio e Condenação Veemente

Israel Celebra, ONU Alerta para Catástrofe

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu foi efusivo em seus elogios: “Parabéns, presidente Trump. Sua decisão corajosa de atacar as instalações nucleares do Irã com o poder impressionante e justo dos Estados Unidos mudará a história”.

Em contraste, o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou “grave alarme” com os ataques, classificando-os como “uma escalada perigosa em uma região já à beira” e “uma ameaça direta à paz e segurança internacionais”. Guterres alertou que “há um risco crescente de que este conflito saia rapidamente do controle – com consequências catastróficas para civis, a região e o mundo”.

Europa Pede Diplomacia

Os líderes europeus adotaram uma posição cautelosa, combinando apoio tímido aos ataques com apelos urgentes para o retorno às negociações. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que “o Irã nunca deve adquirir a bomba”, mas pediu uma “solução diplomática credível”.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer afirmou que “o Irã nunca deve ser permitido desenvolver armas nucleares, e os EUA agiram para mitigar essa ameaça”, mas instou o Irã a “retornar à mesa de negociações”.

China e Rússia Condenam Veementemente

China e Rússia emitiram condenações coordenadas aos ataques, descrevendo-os como uma “violação flagrante da soberania iraniana e do direito internacional” 20. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, enfatizou que “não há solução militar para esta crise” 20.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou que os bombardeios trouxeram “o mundo a milímetros de uma catástrofe nuclear” 20. O presidente Xi Jinping e Vladimir Putin realizaram uma ligação telefônica condenando os ataques e discutindo esforços para reduzir as tensões 20.

A Resposta Iraniana: “Consequências Eternas”

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, condenou os ataques como “ultrajantes” e advertiu sobre “consequências eternas”. Araghchi declarou que “os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, cometeram uma grave violação da Carta da ONU, do direito internacional e do TNP ao atacar as instalações nucleares pacíficas do Irã”.

O Irã convocou formalmente uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, exigindo que o órgão “condene nos termos mais fortes possíveis” os ataques e tome “todas as medidas necessárias” para responsabilizar os perpetradores.

Ameaças de Retaliação Devastadora

O Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, emitiu um aviso sombrio, declarando que “os americanos devem esperar danos e golpes maiores do que nunca”. Hossein Shariatmadari, representante de Khamenei, urgiu retaliação militar imediata, propondo ataques com mísseis contra a frota naval americana no Bahrein e o fechamento do Estreito de Ormuz.

O Irã já intensificou seus ataques contra Israel, lançando 11 ataques em 21 de junho, incluindo 10 ataques de drones e uma barragem de cinco mísseis balísticos. Embora todos os mísseis tenham sido interceptados, seus fragmentos causaram danos materiais significativos.

Consequências Econômicas Globais: O Fantasma dos US$ 130 por Barril

Mercados Financeiros em Pânico

Os investidores estão se preparando para uma “venda precipitada” nos mercados acionários quando as negociações forem retomadas, temendo retaliação iraniana e aumento dos preços do petróleo. Steve Sosnick, estrategista-chefe de mercado da Interactive Brokers, advertiu: “É difícil imaginar as ações não reagindo negativamente”.

Os preços do petróleo devem subir entre US$ 3 a US$ 5 por barril quando as negociações forem retomadas domingo à noite, com o potencial de acelerar se o Irã retaliar duramente. Um produto derivativo que permite aos investidores especular sobre oscilações de preços do petróleo bruto subiu 8,8% nos mercados de fim de semana.

O Estreito de Ormuz: Artéria Vital Ameaçada

A principal preocupação econômica reside na possível decisão iraniana de fechar o Estreito de Ormuz, por onde transitam cerca de 20 milhões de barris diários de petróleo – aproximadamente 20% da produção mundial. Parlamentares iranianos já sinalizaram que o fechamento do estreito é “uma das opções potenciais para o Irã”.

Analistas da Oxford Economics modelaram três cenários antes dos ataques americanos: desescalada do conflito, paralisação completa da produção petrolífera iraniana e fechamento do Estreito de Ormuz. No cenário mais severo, os preços globais do petróleo saltariam para cerca de US$ 130 por barril, elevando a inflação americana para próximo de 6% até o final do ano.

Impacto Global Devastador

O Banco Mundial, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e o Fundo Monetário Internacional já reduziram suas previsões de crescimento global nos últimos meses. Qualquer aumento significativo nos preços do petróleo ou gás natural atuaria como “mais um freio na economia mundial”.

Analistas da Bloomberg Economics alertaram que “o ataque provavelmente coloca o conflito em um caminho escalatório. Para a economia global, um conflito em expansão adiciona ao risco de preços mais altos do petróleo e um impulso ascendente à inflação”.

Geopolítica em Transformação: Um Oriente Médio Reconfigurado

A entrada direta dos Estados Unidos no conflito representa uma mudança fundamental no equilíbrio de poder regional. Trump, que havia prometido manter a América fora de “guerras intermináveis tolas” no Oriente Médio, agora se encontra no centro de um conflito que pode se espalhar por toda a região.

O controle iraniano sobre rotas de navegação globais proporciona ao país a “capacidade de criar um choque nos mercados petrolíferos, elevar os preços do petróleo, desencadear inflação e minar os planos econômicos de Trump”, observou o especialista em Oriente Médio Mohammad Ali Shabani.

Dilemas Diplomáticos

Apesar dos ataques devastadores, fontes iranianas seniores revelaram que a maior parte do urânio altamente enrichecido em Fordow havia sido removida antes dos ataques, minimizando os danos ao programa nuclear. A Agência Internacional de Energia Atômica confirmou que não houve aumento nos níveis de radiação após os ataques.

Conclusão: O Mundo na Encruzilhada

O bombardeio americano às instalações nucleares iranianas marca um ponto de inflexão perigoso na política internacional contemporânea. Trump apostou tudo numa operação militar de alta precisão para resolver diplomaticamente um impasse que se arrasta há décadas, mas as consequências desta decisão podem ser imprevisíveis e duradouras.

Os próximos dias serão cruciais para determinar se a estratégia de “pressão máxima” de Trump levará o Irã à mesa de negociações ou se provocará uma escalada militar ainda maior, com repercussões econômicas e geopolíticas globais. O Aiatolá Khamenei “enfrenta uma decisão crítica” e é esperado que reaja, segundo analistas da CNN, sendo “quase inconcebível” que o líder de 86 anos não tome nenhuma ação.

O que é certo é que o mundo acordou neste domingo em um cenário geopolítico fundamentalmente alterado, onde as regras do jogo internacional foram reescritas pelos bombardeiros B-2 americanos sobre o céu iraniano. A diplomacia agora corre contra o tempo para evitar que o Oriente Médio se transforme no palco de uma conflagração ainda maior, enquanto a economia global treme diante da perspectiva de petróleo a US$ 130 por barril e inflação galopante.

Editorial de João Silva – Editor de Política Internacional
Cotidiano News Online – 22 de junho de 2025

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