

Ciclista atropelada em Campo Grande alega perseguição e planeja ação judicial
Vítima filmou próprio atropelamento na Avenida Guaicurus e afirma que foi fechada no trânsito por mais de dois quilômetros
Uma ciclista de 45 anos, atropelada na última quinta-feira (8) na Avenida Guaicurus em Campo Grande, alega ter sido perseguida e intencionalmente atingida por uma caminhonete. A vítima, que filmou o próprio atropelamento, afirma que começou a gravar após ser fechada no trânsito por mais de dois quilômetros por um caminhão e uma caminhonete, na tentativa de registrar as placas dos veículos envolvidos.
Versões contraditórias sobre o acidente
O caso apresenta versões conflitantes sobre o que aconteceu momentos antes do atropelamento. A ciclista afirma que estava sendo perseguida e deliberadamente fechada no trânsito.
“Filmei o caminhoneiro que veio mais de dois quilômetros me apertando no sinaleiro e numa subida da via. Eu comecei a filmar para pegar a placa do carro dele e também da caminhonete. Eles viam lá de baixo me perseguindo no trânsito”, relatou a vítima.
Ela também acusa o condutor da caminhonete de tê-la atingido intencionalmente: “Eu estava filmando porque eles estavam fazendo isso comigo no trânsito. Os caras vinham me fechando, me tubando por mais de um quilômetro, em uma via que sempre faço treino, todo mundo me conhece ali, e eles vieram querendo me apavorar no trânsito mesmo.”
Por outro lado, um vídeo gravado por um caminhoneiro antes do acidente mostra a ciclista pedalando no meio da faixa de rolamento. O motorista alega ter buzinado para alertá-la sobre a necessidade de se deslocar para o bordo da pista, momento em que ela teria respondido com um gesto obsceno.
Consequências e estado de saúde da vítima
Segundo informações confirmadas pelo advogado Jean Carlos Cabreira, que representa a ciclista, ela sofreu múltiplas fraturas, incluindo clavícula quebrada e perfuração no pulmão. A vítima passou por cirurgia e continua internada na Santa Casa de Campo Grande.
“É evidente que não se trata de uma lesão culposa. Dá para ver o dolo nítido do veículo que atropelou em causar o acidente. Ele imprime velocidade para atingir a vítima”, afirmou o advogado.
Aspectos legais e possíveis desdobramentos
A ciclista já manifestou a intenção de tomar providências judiciais contra os condutores envolvidos. “Mais para frente aí, fazer os procedimentos criminais para esses psicopatas”, declarou a vítima, ainda se recuperando dos ferimentos.
A defesa da ciclista argumenta que não há estrutura adequada para ciclistas naquele trecho da Avenida Guaicurus. “Ali não existe acostamento, não existe recuo. A vítima pedala ali com frequência e segue as orientações que são dadas a quem participa de competições e treina em vias públicas”, explicou Cabreira.
Thaís Lechuga, 2º tenente do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran), esclareceu que, quando não há ciclovia ou ciclofaixa, “o correto é que o ciclista transite pelos bordos da via para evitar que ocorra algum sinistro de trânsito”. Ela também destacou que será feita uma análise para verificar se houve dolo ou crime por parte do motorista.
O caso continua sob investigação da Polícia Civil, que analisará os vídeos gravados tanto pela ciclista quanto pelo caminhoneiro para determinar as responsabilidades no acidente.
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