
Polícia instaura inquérito sobre duplo homicídio confessado
Guilherme Urbanek usou herança de R$ 200 mil para vingar morte do irmão
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar Guilherme Urbanek da Rocha, que confessou ter executado Nelson Carvalho Vieira (69) e Denner Vieira Vasconcelos (21) nas Moreninhas, em Campo Grande.
Confissão e liberação controversa
Guilherme se apresentou na Depac do Cepol na noite de domingo (25), acompanhado de advogado, e confessou o duplo homicídio. Ele indicou a localização da arma utilizada no crime, encontrada no bairro Jardim Centenário.
Como não havia mandado de prisão contra ele, foi ouvido e liberado. A delegada Sueily Araújo, titular da 4ª DP, confirmou que o inquérito corre sob sigilo para não prejudicar as investigações.
“Já foi instaurado o inquérito policial e os trabalhos estão sob sigilo para não atrapalhar as investigações”, informou a delegada nesta segunda-feira (26). Contudo, a liberação do autor gerou preocupação entre moradores da região.
Motivação: ciclo de vingança familiar
O crime foi motivado por vingança pela morte do irmão de Guilherme, Gustavo de Lima, de 17 anos, assassinado em janeiro de 2024. Na ocasião, o alvo seria o próprio Guilherme, mas o irmão foi morto em seu lugar.
Denner foi executado com 14 tiros e teve o rosto desfigurado, assim como aconteceu com Gustavo. Nelson, policial militar aposentado, foi morto com um tiro ao tentar proteger o neto na varanda de casa.
Além disso, Guilherme revelou à polícia que o crime foi por engano. Ele procurava “Leandrinho”, irmão de Denner, e ameaçou voltar para “terminar o serviço”. Essa declaração aumentou o temor de novos confrontos na região.
Uso de herança para financiar o crime
Informações apuradas revelam que Guilherme recebeu uma herança de R$ 200 mil e usou parte do dinheiro para planejar o crime. Os recursos teriam sido utilizados para comprar a arma e contratar o piloto da motocicleta.
A motocicleta utilizada seria uma Honda Biz vermelha, não branca como inicialmente relatado. A polícia já procura o veículo e o piloto que levou Guilherme até o local do crime.
Consequentemente, o planejamento demonstra premeditação e organização criminosa. O autor teria investido recursos significativos para executar a vingança contra a família errada.
Execução brutal e testemunhas
O crime aconteceu na noite de sábado (24), na Rua Anacá. Testemunhas relataram que um dos atiradores usava casaco do Flamengo e o outro, capacete branco. Um cachorro da família tentou defender os tutores e foi morto com um tiro na cabeça.
Um familiar ouviu o atirador dizer: “Eu não vou matar você, eu só queria matar eles. Vou matar mais um”. A declaração confirma que há outros alvos na lista de Guilherme.
Portanto, lideranças das Moreninhas temem derramamento de sangue entre os grupos familiares. A guerra pelo domínio da região pode se intensificar com a soltura do autor confesso.
Investigação sob sigilo e próximos passos
A 4ª Delegacia de Polícia conduz a investigação sob sigilo total. A polícia analisa as circunstâncias do crime, a participação de cúmplices e os próximos alvos mencionados pelo autor.
A arma apreendida passará por perícia balística para confirmar se foi utilizada no duplo homicídio. Além disso, a polícia busca identificar e prender o piloto da motocicleta que auxiliou na execução.
A família das vítimas acredita que foram mortas por engano, mas teme novos ataques. A comunidade das Moreninhas vive em estado de alerta após as ameaças feitas pelo autor durante o depoimento policial.
Última atualização: 27 de maio de 2025
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