

CPI aponta falhas: 581 denúncias contra transporte público
Agereg e Agetran falharam na fiscalização do Consórcio Guaicurus
A CPI do Transporte concluiu que as agências municipais falharam na fiscalização do Consórcio Guaicurus, após receber 581 denúncias sobre o transporte público de Campo Grande.
581 denúncias expõem problemas sistemáticos
A população enviou mais de oito denúncias diárias desde março, totalizando 581 reclamações até esta segunda-feira (2). Entre os problemas mais relatados estão má conservação da frota, falta de ônibus e atrasos constantes.
As denúncias chegaram principalmente pelo WhatsApp (501), seguidas por e-mails (45) e formulários online (32). Além disso, duas pessoas ligaram e uma compareceu pessoalmente para relatar problemas.
Consequentemente, os vereadores classificaram a situação atual como “insustentável e prejudicial à qualidade de vida dos moradores”. A má conservação lidera as queixas, seguida pela falta de veículos e atrasos5.
Agereg e Agetran falharam na fiscalização efetiva
O presidente da CPI, vereador Dr. Lívio (União Brasil), afirmou que foram identificadas “fragilidades nas agências, com omissões e possíveis negligências”. Contudo, ele ressaltou que não se trata necessariamente de negligência dolosa.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) foi mais incisiva, apontando “descumprimento das responsabilidades para as quais foram constituídos”. Ela destacou que os órgãos atuaram protegendo interesses do consórcio em detrimento do público.
Portanto, a comissão constatou “falha estrutural das agências na fiscalização do contrato” durante os depoimentos de diretores da Agereg. A postura de inércia comprometeu a qualidade do serviço prestado.
Déficit milionário gera questionamentos sobre viabilidade
O vereador Maicon Nogueira (PP) questionou como uma empresa opera “ano após ano, alegando milhões de reais em déficit”. Ele indagou que tipo de negócio seria tão interessante que justificasse manter a concessão mesmo com prejuízos.
Dados da auditoria financeira revelaram que R$ 36 milhões da arrecadação vieram de subsídios municipais, enquanto usuários contribuíram com R$ 132 milhões. A receita bruta chegou a R$ 168 milhões em 2024.
Ademais, os custos de manutenção atingiram R$ 142 milhões, representando 85% dos gastos operacionais. O diretor da Agereg admitiu ter ficado “assustado” com valores tão elevados.
Próxima fase focará no Consórcio Guaicurus
A CPI encerrou a segunda fase na quarta-feira (4) e agora se prepara para ouvir gestores do Consórcio Guaicurus. Esta será a terceira etapa da investigação, focada na execução contratual.
Os vereadores realizaram reunião interna para organizar o cronograma de oitivas com dirigentes e funcionários da concessionária. Também está prevista audiência pública para ouvir usuários do transporte.
O relatório final deve ser concluído até 20 de julho, com possibilidade de prorrogação para agosto1. As conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público para providências legais.
Última atualização: 5 de junho de 2025
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