Política MS: André Puccinelli anuncia candidatura para 2026 e comenta futuro do MDB

Ex-governador André Puccinelli anuncia candidatura para deputado em 2026 e demonstra otimismo quanto ao desempenho do MDB nas próximas eleições em MS.

Política MS: André Puccinelli anuncia candidatura para 2026 e comenta futuro do MDB

Ex-governador descarta Senado e afirma que disputará vaga de deputado estadual ou federal; partido avalia cenário de fusões e federações

O ex-governador André Puccinelli (MDB) confirmou nesta segunda-feira (5) sua intenção de disputar um cargo legislativo nas eleições de 2026, descartando concorrer ao Senado Federal. Em declarações recentes, o político afirmou que está “inclinado a ser candidato a deputado estadual ou deputado federal”, e demonstrou otimismo quanto ao desempenho do MDB nas próximas eleições, apesar do cenário de fusões partidárias que vem reconfigurando o quadro político nacional e estadual.

Estratégia política e cenário partidário

Questionado sobre o futuro do MDB diante da consolidação de duas grandes forças políticas em Mato Grosso do Sul, com a fusão do União Brasil com PP e do Podemos com PSDB, Puccinelli mostrou confiança no crescimento do partido. “Não tenho medo de o partido perder espaço. Hoje não temos nenhum deputado federal, mas seguramente vamos eleger um”, declarou o ex-governador, que também projetou avanços na Assembleia Legislativa: “Temos três deputados estaduais e, pode anotar o que estou dizendo: vamos fazer quatro estaduais.”

A decisão de Puccinelli de não disputar o Senado ocorre em favorecimento à atual ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), que já declarou sua intenção de concorrer a uma das duas vagas que estarão em disputa em 2026. O anúncio oficial da candidatura de Puccinelli aconteceu durante uma reunião política em Três Lagoas, em apoio ao candidato a vereador Luiz Akira (MDB), filho do ex-deputado estadual e atual prefeito de Bataguassu, Akira Otsubo (MDB).

Trajetória política e posicionamentos

Com extensa experiência política, André Puccinelli já atuou como deputado estadual por dois mandatos consecutivos (1987-1995), deputado federal (1995-1997) e governador de Mato Grosso do Sul por dois mandatos (2007-2015). Em 2022, disputou novamente o governo estadual, ficando em terceiro lugar no primeiro turno com 247.093 votos (17,18%), apesar de ter liderado as pesquisas durante a pré-campanha e parte da campanha.

Em suas recentes declarações, o ex-governador fez críticas à falta de fidelidade partidária. “Infelizmente hoje muitos políticos pulam de galho em galho. Ao entrarem no partido, não leem o estatuto, se identificam e não seguem as premissas básicas. Fidelidade é importante”, afirmou Puccinelli, que se define como “partidário” e defende que o estatuto do MDB, criado em 1966, “é um dos melhores programas partidários existentes”.

Futuro do MDB e cenário eleitoral

Sobre o futuro do MDB no cenário de fusões e federações partidárias, Puccinelli revelou que ainda não há uma diretriz nacional definida. “Não sabemos se o partido vai entrar nessa onda de incorporações ou se vai seguir independente”, explicou, lembrando que o prazo para definições é setembro. O ex-governador destacou o crescimento do MDB, que atualmente é “o segundo partido com mais prefeitos no país e o quarto em número de deputados federais e senadores”.

Em 2024, Puccinelli chegou a ser pré-candidato à prefeitura de Campo Grande, mas desistiu em função de um acordo partidário com o PSDB e anunciou apoio ao candidato Beto Pereira (PSDB). A decisão de concorrer a um cargo legislativo em 2026 marca uma nova fase na carreira política do ex-governador, que vem se reposicionando no cenário estadual após sua derrota em 2022.

Processos judiciais e inocência

Em dezembro de 2024, Puccinelli foi inocentado pela Justiça Federal em um processo relacionado a supostas fraudes em obras da MS-040, financiadas com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) determinou a extinção do processo e a devolução de bens bloqueados, incluindo veículos, imóveis e R$ 13 mil de contas bancárias do ex-governador.

Segundo seu advogado, Wladimir Rossi, a decisão “representa o reconhecimento do excesso das medidas anteriormente aplicadas, reforçando a ausência de fundamentos sólidos para as acusações que perduraram por anos”. No entanto, o ex-governador ainda responde a processos na justiça estadual por supostas fraudes nas obras do Aquário do Pantanal e na contratação da gráfica Alvorada.

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