

Ozempic e Mounjaro causam queda de cabelo em 50% mais casos
Semaglutida e tirzepatida provocam eflúvio telógeno por perda rápida de peso
Medicamentos como Ozempic e Mounjaro aumentam em 50% o risco de queda de cabelo, segundo pesquisa da University of British Columbia que analisou dados de 16 milhões de pacientes.
Estudos comprovam risco 50% maior de alopecia
A pesquisa canadense comparou 1.926 usuários de semaglutida (Ozempic, Wegovy) com 1.348 pessoas que utilizaram bupropiona-naltrexona para emagrecimento. Os resultados mostraram 26,5 casos de queda capilar por mil usuários de semaglutida, contra 11,8 casos no grupo controle1.
Dados clínicos do Mounjaro (tirzepatida) revelaram que 5,7% dos usuários relataram queda de cabelo, comparado a apenas 0,9% no grupo placebo. A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, confirmou que a queda capilar consta oficialmente nas informações do produto6.
Além disso, testes clínicos registraram o efeito em 2,5% dos pacientes versus 1% no grupo placebo. Consequentemente, o problema ganhou reconhecimento científico e médico.
Eflúvio telógeno: mecanismo por trás da queda
O fenômeno ocorre através do eflúvio telógeno, condição que acelera a entrada dos folículos na fase de repouso. A perda rápida de peso causa estresse metabólico, deficiências nutricionais e alterações hormonais que afetam o ciclo capilar2.
“A rápida redução de peso pode levar a deficiências nutricionais – especialmente de ferro, zinco, vitamina D e biotina”, explica Elaine Dias, PhD em endocrinologia pela USP. Esses nutrientes são essenciais para o crescimento saudável dos fios.
Portanto, não é o medicamento que causa diretamente a queda, mas sim o estresse corporal provocado pelo emagrecimento acelerado. O quadro surge tipicamente entre dois e três meses após o início do tratamento.
Mulheres são mais vulneráveis ao efeito
As mulheres apresentam risco duas vezes maior de desenvolver queda capilar durante o uso desses medicamentos. O estudo da University of British Columbia identificou incidência quase dobrada no sexo feminino4.
Fatores hormonais específicos das mulheres podem amplificar a resposta ao estresse metabólico. Contudo, homens também podem ser afetados, especialmente aqueles com predisposição genética à calvície.
Ademais, mulheres tendem a notar mais rapidamente alterações na densidade capilar. A percepção aguçada pode contribuir para maior número de relatos clínicos.
Recuperação é possível com acompanhamento adequado
A boa notícia é que o eflúvio telógeno é temporário e reversível na maioria dos casos. Com a estabilização do peso e correção das deficiências nutricionais, o crescimento capilar tende a se normalizar5.
O médico nutrólogo Valdecy Neto recomenda dieta rica em proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B. “Deve ser rica em proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B, essenciais para o fortalecimento capilar”, orienta1.
Suplementação direcionada pode acelerar a recuperação quando indicada por profissional qualificado. Além disso, evitar perdas de peso muito rápidas ajuda a minimizar o impacto capilar.
Orientações para usuários dos medicamentos
Pacientes que notarem queda acentuada devem procurar dermatologista para avaliação adequada. O diagnóstico precoce permite intervenções que aceleram a recuperação capilar.
Manter acompanhamento médico e nutricional é fundamental para monitorar deficiências. “Isso pode ajudar a reduzir a queda capilar”, confirma o especialista Valdecy Neto1.
Consequentemente, o uso responsável desses medicamentos requer supervisão profissional contínua. A prevenção através de suplementação adequada pode minimizar significativamente o problema.
Última atualização: 6 de junho de 2025
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